O retrato de Dorian Gray

Apresentação

Publicado simultaneamente na Inglaterra e nos Estados Unidos em 1890 na Lippincott’s Monthly Magazine, O retrato de Dorian Gray causou escândalo e polêmica cinco anos antes da série de julgamentos que levariam ao encarceramento de Oscar Wilde. Um segmento considerável da imprensa britânica reagiu com hostilidade absoluta, condenando o romance como “vulgar”, “impuro”, “venenoso”, “vergonhoso” e “uma farsa”.

O autor logo começou a revisar e ampliar o romance para uma edição em livro, que foi publicada em 1891 por Ward, Lock & Company. Na época da publicação do romance na Lippincott’s Monthly Magazine, Wilde já era bem conhecido pelo público geral – tanto por conta de sua persona quanto pelos muitos poemas, histórias, palestras e textos jornalísticos que havia escrito na década anterior. O retrato de Dorian Gray, no entanto, foi a obra que o tornou uma figura icônica, tanto aos olhos dos seus apoiadores como dos seus detratores, e que mais tarde desempenharia um papel na sua queda quando foi usada como prova contra ele em tribunal.

Basil Hallward é o que penso que sou. Lord Henry é o que o mundo pensa de mim. Dorian Gray é o que eu gostaria de ser – em outras épocas, talvez.

O romance alterou a forma como os vitorianos enxergavam e entendiam o mundo em que habitavam, particularmente no que diz respeito à sexualidade e masculinidade. Anunciou o fim de um “vitorianismo” repressivo e, como observou Richard Ellmann, após a sua publicação “a literatura vitoriana teve uma aparência diferente” (Ellmann, p. 314).

Nesta leitura coletiva, dialogaremos sobre o romance com foco nas variações entre as edições de 13 e 20 capítulos, assim como nas alterações realizadas por J. M. Stoddart no manuscrito datilografado submetido por Oscar Wilde. Para isso, contaremos com textos de apoio que focalizarão a história textual da obra e a sua recepção.

Programação

Tivemos três encontros síncronos nos dias 12, 19 e 26 de junho, das 19h às 21h (horário de Brasília). As reuniões serão gravadas e ficarão disponíveis para consulta por 365 dias. Trabalhamos com a edição da Biblioteca Azul, cujo material de apoio se baseia na edição de 2011 da Harvard University Press.

cronograma

01) “Os livros que o mundo considera imorais…” | Introdução e Capítulos 1-7

02) “…são livros que mostram ao mundo sua própria vergonha” | Capítulos 8-13

03) “Algumas coisas são mais preciosas porque não duram muito” | Capítulos finais e legados literários

Sobre a mediadora

marcela santos brigida

Marcela Santos Brigida é graduada em Letras – Inglês/Literaturas (UERJ, 2018), mestre em Literaturas de Língua Inglesa (UERJ, 2020) e doutora em Literaturas de Língua Inglesa (UERJ, 2022). É professora universitária de literatura inglesa (UERJ), além de ser coordenadora do projeto de extensão Literatura Inglesa Brasil. Possui diversas publicações na área de estudos vitorianos, elaborou o curso livre “Introdução ao Romance Vitoriano” em 2021 e colaborou com material de apoio para edições brasileiras de clássicos oitocentistas.

Informações importantes

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