Ainda cantam os pássaros:
raça, gênero e subjetividade
na obra de Maya Angelou

Apresentação

Este curso explora Eu sei por que o pássaro canta na gaiola, a autobiografia pioneira de Maya Angelou, com foco nas questões de raça, gênero, classe, identidade e resiliência. Publicada em 1969, o livro surgiu no contexto posterior ao movimento dos direitos civis e um ano após o assassinato de Martin Luther King, sendo um importante marco no movimento negro norte-americano da década de 1970. A partir de uma lente teórica advinda dos estudos de interseccionalidade, analisaremos como Angelou entrelaça suas experiências pessoais com a opressão sistêmica para iluminar as complexidades de crescer como uma menina negra no sul segregado dos Estados Unidos. Os temas abordados incluem as interseções de raça, classe e gênero; o papel do trauma e da cura; o poder da linguagem e da narrativa; e a busca por autodefinição em meio às restrições sociais. Ao situar a obra de Angelou em contextos literários e culturais mais amplos, os estudantes desenvolverão uma compreensão aprofundada de sua contribuição tanto para a literatura afro-americana quanto para o pensamento feminista.

“Se crescer é doloroso para a garota Negra do sul, estar ciente do seu não pertencimento é a ferrugem na navalha que ameaça a garganta. É um insulto desnecessário.” 

– Maya Angelou (trad. Regiane Winarski)

Programa do curso

O curso livre Ainda cantam os pássaros: raça, gênero e subjetividade na obra de Maya Angelou será oferecido no formato síncrono on-line. As reuniões acontecerão às quartas-feiras, das 19h às 21h (horário de Brasília), nos dias 05, 12, 19 e 25/02/2025, via Google Meet.

Os encontros serão gravados e ficarão disponíveis na plataforma. Este conteúdo poderá ser consultado exclusivamente pela turma ao longo de um período de 1 ano [365 dias] a partir da data da inscrição.

Não será possível se inscrever após o início das aulas síncronas.

Teremos textos de apoio.

Temas das nossas aulas

  1. Conhecendo Maya Angelou

  2. Infância e Trauma

  3. Subjetividades e Escrevivências

  4. Sobreviver pela linguagem

Sobre o professor

gabriel chagas

Gabriel Chagas é graduado em Letras – Português/Inglês pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com dignidade acadêmica Magna Cum Laude (UFRJ, 2017). É mestre em Literatura Comparada (UFRJ, 2019) e recebeu o 1° lugar do Prêmio Antônio Candido de melhor dissertação de mestrado do Brasil (ANPOLL, 2020). É doutor em Literatura Comparada com a tese intitulada Desabrigo: raça e gênero na ficção de Lima Barreto e Langston Hughes (UFRJ, 2023), indicada para o Prêmio Nacional de Teses da CAPES 2024. Atualmente, realiza seu segundo doutorado no programa de Ph.D. em Estudos Linguísticos, Literários e Culturais na University of Miami (UM), nos Estados Unidos, onde leciona literatura luso-afro-brasileira e norte-americana. Foi premiado com a University of Miami Fellowship por distinção acadêmica (2021) e com a Teaching Fellowship do departamento de American Studies da University of Miami (2024). Recebeu em Miami o 1° lugar do prêmio de melhor pesquisa na área de Humanidades e Artes com o trabalho The Flaws of American Dream and The Violence of a Tropical Paradise (2023). Em 2024, foi premiado com a bolsa de distinção acadêmica do Institute for Advanced Study of the Americas da University of Miami (UMIA/UM) e com a bolsa de suporte à pesquisa do Center for Global Black Studies (CGBS/UM). Recebeu ainda uma travel grant para pesquisadores convidados no Center for Latin American, Caribbean, and Latinx Studies da Vanderbilt University, nos Estados Unidos. Atua nas áreas de Estudos Culturais e Literatura Comparada, com especial interesse na diáspora africana e nas formações nacionais das Américas em perspectiva multidisciplinar. Pesquisa a obra de escritores negros do século XX no Brasil, nos Estados Unidos e na Colômbia, à luz de teorias contemporâneas, como decolonialidade, racismo estrutural e interseccionalidade. Pela University of Miami, possui também certificação em Estudos do Caribe, focada na questão afrodiaspórica e seus desdobramentos nas Américas. É autor do livro Pérolas Negras na Periferia (Pontes Editores, 2023) e, com Beatriz Resende, é responsável pela concepção e apresentação do Podcast Lima Barreto: O negro é a cor mais cortante, do Instituto Moreira Salles (IMS). Também pelo IMS, é o responsável pelo perfil de Machado de Assis no Portal da Crônica Brasileira.

Informações importantes

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