James Baldwin (1924 – 1987) é um autor fundamental da literatura produzida nos Estados Unidos durante o século XX. Sua obra começou a ser publicada a partir do final dos anos 1940 e captura os conflitos raciais da sociedade norte-americana entre as décadas de 1950 e 1980, mesclando de forma vanguardista pautas relacionadas à raça, gênero e sexualidade. Tendo nascido na vibrante cidade de Nova York durante a Renascença do Harlem e se mudado para Paris em 1948, Baldwin nos oferece ainda hoje importantes reflexões sobre racismo, segregação e violência nos Estados Unidos.
Neste curso, os alunos terão uma introdução à sua vida, obra e legado. Para tanto, começamos com um panorama sobre a vida do escritor e a cidade de Nova York nos anos posteriores à Segunda Guerra Mundial. Em seguida, nos dedicamos à leitura do romance Se a Rua Beale falasse (1974), enfocando a conexão entre os marcadores sociais de raça, gênero, classe e região. Sob a perspectiva dos estudos negros e da interseccionalidade, discutiremos, a partir da narrativa, temas como: maternidades negras, o mito do estuprador negro, e encarceramento em massa.
O tempo não podia ser comprado. A única moeda aceita pelo tempo era a vida.
– James Baldwin, Se a Rua Beale Falasse (1974)
O curso livre Conhecendo a Rua Beale: Uma introdução à ficção de James Baldwin será oferecido no formato síncrono e on-line. As reuniões acontecerão às quintas-feiras, das 19h às 21h (horário de Brasília), nos dias 18/04, 25/04, 02/05, 09/05 e 16/05 de 2024, via Google Meet.
Os encontros serão gravados e ficarão disponíveis na plataforma. Este conteúdo poderá ser consultado exclusivamente pela turma ao longo de um período de 1 ano [365 dias] a partir da data da inscrição. Não será possível se inscrever após o início das aulas síncronas.
01) Vida, obra e legado de James Baldwin
02) Masculinidades negras e o mito do estuprador negro
03) Maternidades negras
04) Encarceramento em massa
05) Discussão final
Gabriel Chagas é graduado em Letras – Português/Inglês pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com dignidade acadêmica Magna Cum Laude (UFRJ, 2017). É mestre em Literatura Comparada (UFRJ, 2019) e recebeu o 1° lugar do Prêmio Antônio Candido de melhor dissertação de mestrado do Brasil (ANPOLL, 2020). É doutor em Literatura Comparada com a tese intitulada Desabrigo: Raça e gênero na ficção de Lima Barreto e Langston Hughes (UFRJ, 2023). Atualmente, realiza seu segundo doutorado no programa de Ph.D. em Estudos Linguísticos, Literários e Culturais na University of Miami (UM), nos Estados Unidos, onde leciona Língua Portuguesa e Literaturas Luso-Afro-Brasileiras. Em 2021, foi premiado com a University of Miami Fellowship por distinção acadêmica. Recebeu em Miami o 1° lugar do prêmio de melhor pesquisa na área de Humanidades e Artes com o trabalho The Flaws of American Dream and The Violence of a Tropical Paradise (UM, 2023). Em 2024, foi premiado com a bolsa de distinção acadêmica do Instituto de Estudos Avançados das Américas da University of Miami (UMIA/UM) e recebeu uma travel grant para pesquisadores convidados no Centro de Estudos latino-americanos e caribenhos da Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos. Atua nas áreas de Estudos Culturais e Literatura Comparada, com especial interesse na diáspora africana em perspectiva transnacional e multidisciplinar. Pesquisa a obra de escritores negros do século XX no Brasil, nos Estados Unidos e na Colômbia, à luz de teorias contemporâneas, como decolonialidade, racismo estrutural e interseccionalidade. Pela University of Miami, possui também certificação em Estudos do Caribe, focada na questão afrodiaspórica e seus desdobramentos nas Américas. Tem conhecimentos de Português, Inglês, Francês e Espanhol, atuando como professor e tradutor. É pesquisador do Laboratório Estudos Negros do Programa Avançado de Cultura Contemporânea (LEN/PACC/UFRJ). e autor do livro Pérolas Negras na Periferia (Pontes Editores, 2023) e de diversos artigos acadêmicos no Brasil e nos Estados Unidos. Com Beatriz Resende, é responsável pela concepção e apresentação do Podcast Lima Barreto: O negro é a cor mais cortante, do Instituto Moreira Salles (IMS). Também pelo IMS, é o responsável pelo perfil de Machado de Assis no Portal da Crônica Brasileira.