Por muito tempo, Jane Austen foi lida de forma deslocada em relação ao seu contexto. Na biografia que escreveu sobre a tia, James Edward Austen-Leigh sugeriu que a vida de Jane foi “sem eventos” e que a arte dela foi circunscrita pelas carreiras dos irmãos, que teriam moldado seu talento.
Por outro lado, gerações de críticos argumentaram que a obra da autora não expressa qualquer interesse nos grandes eventos históricos que marcaram a vida de Austen: a Revolução Francesa, as guerras revolucionárias e napoleônicas, além da guerra de ideias que incendiou a década de 1790. Foi somente na segunda metade do século XX que um movimento amplo da crítica especializada buscou (re-)historicizar Austen.
Em Introdução a Jane Austen, retraçaremos os passos de pesquisadores desta e de gerações seguintes a fim de situar Jane Austen e sua obra em relação ao contexto histórico, social, político e cultural em que esta foi concebida. O curso é voltado para todo leitor interessado aprofundar seus conhecimentos a respeito desta grande romancista.
Escrevendo sobre Austen, Katherine Mansfield (1920) observou, “ a verdade é que todo real admirador de romances acalenta o pensamento feliz de que só ele – lendo nas entrelinhas – se tornou o amigo secreto de seu autor.”
Marcela Santos Brigida elaborou os cursos do ciclo Nação Austeniana no primeiro semestre de 2022. Ela é graduada em Letras – Inglês/Literaturas (UERJ, 2018), mestre em Literaturas de Língua Inglesa (UERJ, 2020) e doutora em Literaturas de Língua Inglesa (UERJ, 2022). É professora universitária de literatura inglesa (UERJ), além de ser coordenadora do projeto de extensão Literatura Inglesa Brasil. Possui diversas publicações na área e colaborou com prefácios e posfácios para edições recentes de traduções de clássicos vitorianos.
