O lirismo em Florence Welch e em Lana Del Rey, singular e característico de cada artista, está comprometido com uma tradução cósmica de sentimentos íntimos em versos que tocam ouvintes ao redor do mundo.
Florence Welch e Lana Del Rey figuram entre as mais proeminentes compositoras do século XXI. De letras confessionais à uma estética cinematográfica particular, elas revestem suas próprias imagens com misticismo e mistério. Ambas rompem com estigmas associados aos gêneros musicais que exploram em seus álbuns, produzindo novas formas sonoras e performáticas e atraindo inúmeros fãs pelas complexidades de suas composições e constantes mudanças estéticas.
Florence Welch pede para a pessoa amada: “let me live, or let me love you”. Lana Del Rey suspira: “there’s things I wanna say to you, but I’ll just let you live”. Florence indaga: “What kind of man loves like this?”; Lana diz, resignada: “you’re just a man, it’s just what you do”. Cansada de reviver o passado a todo instante, Florence promete “I’m always dragging that horse around, tonight I’m going to bury that horse in the ground”; em meio à sua melancolia, deitando-se como Sylvia Plath, Lana afirma: “hope is a dangerous thing for a woman like me to have – but I have it”.
Seja nas violetas, no sonho americano tingido em sépia, ou nas correntezas dos rios, no verão de Los Angeles ou na Inglaterra oscilantemente verde ou cinza, Lana Del Rey e Florence Welch se apropriam de símbolos e imagens da cultura pop e da literatura para tratar de questões que se estendem de dinâmica de relacionamentos a batalhas com questões pessoais e relações familiares. Encontramos versões de autores como Virginia Woolf, William Shakespeare, Scott Fitzgerald e Sylvia Plath costuradas nas letras e expressões cancionais dessas artistas, que produzem também uma literatura própria.
Neste curso iremos explorar a expressão lírica de Lana Del Rey e Florence Welch, produzindo discussões acerca da escrita de canções, de arranjos musicais, de performances, videoclipes e poemas que elas publicaram em livros. Os principais temas abordados serão as suas diferentes personas; seus retratos de masculinidades; alusões à literatura e ao cinema; o caráter confessional enquanto relatos de experiências pessoais de dor e superação; além do modo como elas catalisam diferentes expressões artísticas nas suas palavras, criando novos universos de significados.
O curso livre O lirismo de Florence Welch e Lana Del Rey: da página ao palco será oferecido no formato síncrono e on-line. As reuniões acontecerão às segundas-feiras, das 19h às 21h (horário de Brasília), nos dias 13/05, 27/05, 03/06, 10/06 e 17/06 de 2024, via Google Meet. Os encontros serão gravados e ficarão disponíveis na plataforma. Este conteúdo poderá ser consultado exclusivamente pela turma ao longo de um período de 1 ano [365 dias] a partir da data da inscrição.
Não será possível se inscrever após o início das aulas síncronas.
01) Trucks and Machines: Reflexos de Florence Welch e Lana Del Rey
02) You’re Just a Man: Retratos de relacionamentos
03) My Love Is No Good: Aspectos confessionais
04) Violets And Magic: Os Poemas de Lana Del Rey e Florence Welch
05) Shakespeare, Plath, Woolf: Imagens Literárias em Lana Del Rey e Florence Welch
Lucas Leite Borba começou a ouvir Lana Del Rey em 2012, obcecado pela voz que cantava “video games”. Seu álbum favorito de Del Rey é Norman Fucking Rockwell, com menção honrosa ao seu debut, Born to Die. Florence Welch é uma paixão recente: em 2023 ele mergulhou em How Big, How Blue, How Beautiful, seu álbum favorito da artista e o trabalho que lhe transformou em fã. Lucas é mestre em Estudos Literários pelo Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal de Pernambuco. Sua pesquisa de mestrado versou sobre a obra de Virginia Woolf. Ele integra o grupo de trabalho do projeto Literatura Inglesa Brasil (UERJ).