Em 10 de dezembro de 2020 a página do instagram de Taylor Swift foi tomada por uma foto sua de costas e a legenda trazia o anúncio de seu 9º álbum de estúdio: evermore. O álbum chegou cinco meses após a cantora ter lançado folklore e a justificativa veio logo nas primeiras linhas da legenda: “para falar de maneira mais simples possível, nós não conseguíamos parar de escrever canções”. Além da proximidade estética e sonora, a familiaridade entre esses álbuns está no tratamento que receberam da artista, que se refere às canções lançadas neles como “histórias”, ou “contos”.
Enquanto compositora Swift sempre lidou com críticas que focalizavam seus relacionamentos em detrimento do seu fazer artístico. Em entrevista à Apple Music, em 2020, ela menciona sentir, em dias ruins, que suas canções eram vistas como fontes de “clickbaits”. Dado o cenário pandêmico e a impossibilidade de continuar com a Lover Fest, ela começou, pela primeira vez, a escrever canções sem pensar em turnês e amplas estratégias de divulgação. Com o sucesso de folklore, Swift percebe que pode “criar histórias e personagens e arcos e todas essas coisas, mas não ter que sentir que, quando eu lanço um álbum, estou dando munição aos tabloides”. Ambos os álbuns concederam à compositora o espaço para ficcionalizar e explorar sua criatividade como ela sempre quis. Suas canções são o melhor caminho para os fãs se aproximarem dela, mesmo considerando sua evasão da veia confessional/autobiográfica.
“eu sei que esse período de fim de ano será solitário para muitos de nós, e se há algum de vocês que se volta para a música para lidar com a saudade das pessoas amadas assim como eu, isso é para você.“
– taylor, no encarte de evermore.
O curso livre folklore e evermore: as ficções de Taylor Swift tem como proposta analisar a composição dos dois álbuns lançados por Taylor Swift em 2020, folklore e evermore, observando as histórias e personagens que ela desenvolve nas canções. Durante as aulas, dialogaremos sobre o termo cantor-compositor, e a relação de Swift com suas letras ao longo da carreira; além disso, debateremos os aspectos narrativos que preenchem as canções. Esperamos você para dialogar e explorar as técnicas, habilidades e linguagens que Taylor Swift emprega para dar vida às suas ficções.
01) Fifty Years is a Long Time: costurando histórias
02) You Drew Stars Around My Scars: inventando romances
03) My Stolen Lullabies: Taylor Swift criando folklore
04) Turned Your Life into Folklore: os contos de evermore
05) Where the Spirit Meets the Bones: Taylor Swift criando evermore
Lucas Leite Borba começou a ouvir Taylor Swift em 2010, após o lançamento do Speak Now. “Enchanted” foi a canção que o fez tornar-se um swiftie. Seus álbuns favoritos são folklore e evermore, apesar de ter acompanhado todas as eras a partir do Red com muito carinho – e obsessão. Ele é mestrando na área de teoria literária pelo Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal de Pernambuco. Sua pesquisa de mestrado versa sobre a obra de Virginia Woolf. Ele integra o grupo de trabalho do projeto Literatura Inglesa Brasil. .