Razão e Sensibilidade
e o Romance Inglês

Apresentação

Mary Poovey argumenta que apesar de todas as diferenças entre a vida os interesses estéticos de Jane Austen e algumas de suas contemporâneas mais célebres, a autora “se preocupou com muitas das mesmas questões que autoras como Mary Wollstonecraft e Mary Shelley – com o processo de amadurecimento de uma jovem, por exemplo, e, de forma mais importante, com a relação complexa entre os desejos de uma mulher e os imperativos do decoro” (1985).

Em Razão e Sensibilidade (1811), Austen constrói seu enredo em diálogo com as convenções do romance inglês setecentista, de Richardson a Burney. Em sua trama espelhada que propõe um estudo das vidas de duas irmãs, Austen adere a um jogo recorrente do romance sentimental. Duas personalidades e, mais do que isso, dois valores principais serão contrapostos: a razão, ou bom senso augustano de Elinor, e a sensibilidade romântica de Marianne.

A forma do romance, cujos méritos foram amplamente debatidos nos estudos austenianos, permite, contudo, que a autora articule sua resposta, atualização e desafio às implicações morais e moralizantes das convenções do romance sentimental capitaneado por Samuel Richardson, de quem Austen era leitora. Ao sublinhar ironicamente na execução do enredo os problemas inerentes às expectativas direcionadas a jovens mulheres de sua classe, Austen desarticula as ideias às quais se contrapõe de forma extremamente eficaz. 

Razão e sensibilidade
Neste curso, propomos uma leitura de Razão e Sensibilidade de Jane Austen que focalize de que maneiras a aderência da autora a convenções do romance setecentista e sua rejeição de uma série de valores defendidos por este possibilitam que ela alce voos mais altos ao longo de sua carreira de romancista.

Programa do curso

  1. Introdução: A sensibilidade como questão
  2. Razão e Sensibilidade: possibilidades de leitura
  3. Razão e Sensibilidade e tradições literárias
  4. Propriedade e individualismo em Razão e Sensibilidade
  5. Razão e Sensibilidade como um romance conservador
  6. Razão e Sensibilidade e os debates intelectuais do século XVIII
  7. Razão e Sensibilidade como um romance progressista
  • Leitura comentada de capítulos selecionados do romance.

Sobre a professora

professora

Marcela Santos Brigida elaborou os cursos do ciclo Nação Austeniana no primeiro semestre de 2022. Ela é graduada em Letras – Inglês/Literaturas (UERJ, 2018), mestre em Literaturas de Língua Inglesa (UERJ, 2020) e doutora em Literaturas de Língua Inglesa (UERJ, 2022). É professora universitária de literatura inglesa (UERJ), além de ser coordenadora do projeto de extensão Literatura Inglesa Brasil. Possui diversas publicações na área e colaborou com prefácios e posfácios para edições recentes de traduções de clássicos vitorianos.

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